sábado, 5 de dezembro de 2009

E eis que surge Caxambu, a Hidrópole.

De um pequeno povoado do município de Baependy começaram-se ouvir rumores de umas tais águas medicinais, curativas que ficaram conhecidas como Águas Santas e mais tarde, Águas virtuosas de Baependy. “Crescendo todos os dias a reputação das fontes que vieram a salvar o povoado da decadência, o nome Baependy foi sendo esquecido e hoje diz-se corretamente Águas de Caxambu.

Desde meados de 1750 ouviam-se notícias das tais Águas Santas mas, a primeira fonte foi mesmo descoberta em 1814. O governo do país era indiferente à exploração, pesquisa e investimento naquela região interiorana, o que era compensado pela generosidade e gratidão dos frequentadores (João Constantino, Dr. Manoel Joaquim e Teixeira Leal, por exemplo) que ali buscavam, nas propriedades terapêuticas e psicológicas das águas, curas para seus males. “Acudiam, sobretudo, a Caxambú os morpheticos, os dispepticos, os rheumaticos, os papudos, os cancerosos, os cegos e os loucos...”.

Em 1844, João Constantino começa trabalhos para beneficiar a área, adiantando com dinheiro de seu bolso algo que cabia à câmara municipal de Baependy. Tendo encarregado o Sr. Mafra de fazer as melhorias (que descobriu três fontes: D. Pedro, D. Leopoldina e D. Isabel.), fez casas de banhos sobre as fontes, assentou banheiras, rebaixou o córrego, melhorou estradas.

Em 1861, o presidente da província Fidelis de Andrade Botelho sancionou uma lei para desapropriação das fontes e do Valle de Caxambu, sob proposta do Dr. Manoel Joaquim. Entretanto, Caxambu foi esquecido e só 7 anos depois, com persistência, foi encarregado Julio Horta Barbosa para a execução das melhorias. Chegada esta fama à corte imperial, em 1868 a Princesa Izabel faz a viagem a Caxambu à procura das tais águas tão famosas, pois estava ansiosa por perpetuar a Dinastia dos Braganças.

Foi grande o impulso que a obra do Dr. Horta Barbosa deu a Caxambu. Melhorando-se a condição das fontes aumentava-se a afluência de pessoas. Começou-se a construir mais e a montar hotéis. Caxambu começava ter habitantes fixos e as fontes não eram mais desprezadas.

Em 1883, a Empreza presidida por Sr. Barão de Maciel obteve concessão para explorar e fundar o estabelecimento balneário. Caxambu entra em um período de prosperidade.

O Sr. Dr. Viotti, alma da Empreza, com muitos esforços na parte técnica, administrativa e material teve uma atividade extraordinária. Estudou a natureza do terreno, modo de isolar correntes, drenagem, aterros, canalização e preparou o terreno para receber o edifício do Balneário. A fonte Viotti, foi assim nomeada em sua homenagem como forma de gratidão.

O estabelecimento balneário foi bem construído com as condições de solidez que exigia o terreno. O estabelecimento que ora existe, não é mais o mesmo construído pelo Sr. Horta Barbosa ( este, de construção ligeira, ameaçava ruína em 1873 e em 1881 funcionava como water closet). O estabelecimento atual, de um só pavimento, representa exteriormente 3 chalés; por duas escadas na frente chega-se a uma varanda ampla.



Fonte:

- O Retrocesso da Arquitetura no Balneário Hidroterápico de Caxambu- MG. Ana Carolina Dias Diório, Ana Guimarães de Brito Lira, Bernardo Neves de Paula.

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