segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Por que é importante uma arquitetura de limites?

De acordo com a definição do dicionário Michelis: “Limite: 4 Marco. 5 Extremo. 7 Alcance máximo ou mais distante de um esforço. Tschumi fala sobre as obras de limite como sendo as de situações extremas, verdadeiros marcos que “[realmente] nos informam sobre o estado da arte, sobre seus parodoxos e contradições”. Esse tipo de arquitetura deixa claro as diferenças, denuncia situações, polemiza. Por isso o autor fala sobre a importância de entender o que as atividades de fronteira escondem e encobrem.
O texto diz que obras de limite constituem casos isolados dentro da produção comercial dominante. Então, em meio a um período de homogeneização cultural, onde tudo segue a lógica do consumo, modelos são ditados como únicos e verdadeiros; o que está fora do padrão é excluído. Como já disse Che Guevara, “A culpa de muito dos nossos intelectuais e artistas reside em seu pecado original; não são autenticamente revolucionários.” Grande parte de nossos artistas estão enraizados em torno de modelos; O fora do padrão, o que está no limite, o “revolucionário”, é muitas vezes ignorado, pois pode revelar, expressar e informar situações que não são de interesse dos dominantes, que podem abalar suas comodidades e suas tradicionalidades. Esse é o tipo de atitude, como dito no texto, “reducionista”, que nega e exclui possibilidades.
Segundo Tschumi a arquitetura é uma atividade humana, altamente complexa. Então, para ela, ou para a vida, não existem equações exatas. O mundo contemporâneo é dinâmico, frágil e mutável, não existem modelos, leis ou instruções.
Uma arquitetura de limites é importante por suas singularidades, por seus significados, por representar conceito ou formalmente uma realidade à partir de outro foco que não seja o dominante em uma determinada época ou lugar; Por mostrar possibilidades, abrir espaço para o debate e construir críticas sobre as condições existentes.

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